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terça-feira, 22 de março de 2011

É de pequenino que se torce o pepino!




Já tenho filhos adultos, e netos, mas a questão racial é absolutamente presente na minha vida.
Sou casada com um homem negro, consciente, e atuante! Temos lutado juntos, apesar de eu ser branca.
Acho engraçado dizer isso, apesar de ser branca, (mas aqui sinto que preciso dizer).
...será que só quem sente na pele a dor do racismo tem que lutar?
Não acredito que deva ser assim. Vivemos em um país em que 50% da população é negra, então é um problema de todos.
Sempre digo que o Brasil é manco, tem uma perninha mais curta porque metade da população não tem as mesmas condições, tem menos acesso a tudo.
O povo negro é tão excluído que é fácil ouvirmos que aqui ão existe preconceito racial. Claro, os negros nem estão ao nosso lado!
Exagero? Quantos negros foram seus colegas no primário? Faculdade? Seu clube? Um curso que vc fez recentemente?
A já sei, vc tem uma amiga (o) negra! Hummm, em 50%, tá bom?
Já trabalhei com crianças com este tema. Usei a beleza e a riqueza da diversidade, dos mares, dos jardins, para explicar que existem peixes e flores de todas as cores e todas são lindas.
Pra criança isso é fácil, elas se deparam com o novo, o diferente, toda a hora.
Por isso digo e afirmo, o racismo é ensinado, ninguém nasce racista. É trabalho de anos, mandando mensagens subliminares o tempo todo. Sejam nas bonecas, em sua maioria brancas, sejam nas imagens dos negros nas novelas, sempre subalternos, sejam nas escolas, onde eles estão em maior número nos serviços de limpeza e portaria.
Nosso país é assim, negro, fingindo que é branco. Ensinando a discriminação.
É feio ser racista, é muito feio ser racista. Isso é que precisa ser dito para as nossas crianças.
É lindo ser diverso, é rico ser diverso.
A diferença é um valor que o povo brasileiro tem!Vamos nos apropriar disso!
Pense neste assunto e participe da campanha da UNICEF, coloque o selo no seu blog e escreva sobre isso.
Não faça de conta que tudo está bem!

Proposta de blogagem coletiva no Desabafo de Mãe

4 comentários:

  1. Dolores, que delícia ter sua participação nesta grande roda de mães por uma infancia sem racismo. é muito bom ouvir certas verdades como as suas. Como vê a luta de inserir negros nas escolas de alto padrão ainda no ensino infantil e ensino fundamental?

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  2. Dolores, que post ótimo! E é isso msm... a criança não nasce conhecendo o racismo! Ela vai a um clube, brinca com um menino mais escurinho e mta mãe vai lá, corre e tira a criança da brincadeira... PQ?? A criança estava se divertindo, gente!!!
    Mudando de preconceito, fiz faculdade com um cadeirante e uma vez, pra chamar minha atenção, ele começou a blusar a minha blusa de frio e eu pedi várias vezes pra parar. Até ter que apelar. Então ele respondeu magoado "O que foi? Não sou doente! Não vou passar doença pra sua blusa!" Caramba! Aquilo me feriu profundamente! Olha o preconceito com ele mesmo! Eu só não queria que ele ficasse esticando a minha blusa e ele encarou por um lado que eu NUNCA pensei... Enfim, depois conversamos, mas doeu em mim.
    Beijo!

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  3. Oi Celia, eu é que agradeço pela sua mobilização.Adorei participar e acho que quanto mais falarmos, escrevermos,mais a coisa muda!Beijão
    Telma, eu passei por uma outra experiência de preconceito, só que até hj penso se minha amiga que é homosexual estava certa. Ela me contou que era gay e eu perguntei pq ela não havia me dito antes (ela era minha amiga há muito tempo)ela me disse: vc não queria saber...será? Mandamos mensagens que nem imaginamos...beijos

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  4. Olá Dolores, escrevo para convidá-la a participar de uma nova blogagem coletiva, desta vez sobre direitos da infância, entender se pais, como a gente, entendem o ECA e praticam o ECA dentro de casa... ou se não, se tudo isso é apenas no papel mesmo... olha o link se tiver interesse: http://blogdodesabafodemae.blogspot.com/search/label/Direitos%20da%20Inf%C3%A2ncia
    abs , Sueli , Desabafo de Mãe

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